(Foto: Reprodução)
O relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo, mais conhecido como “Mapa da Fome”, publicado nesta quarta-feira (24) por cinco agências especializadas das Nações Unidas (ONU), revelou que Cerca de 733 milhões de pessoas passaram fome em 2023, o equivalente a uma em cada onze pessoas no mundo.
Segundo os dados, o mundo retrocedeu 15 anos no combate à fome, com níveis de subnutrição comparáveis aos de 2008-2009, com o nível de subnutrição crônica (fome) aumentando na Ásia Ocidental, no Caribe e na maioria das sub-regiões africanas.
Indo além da fome, a prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave permanece acima dos níveis pré-pandemia, com pouca mudança em quatro anos. Em 2023, estima-se que 28,9% da população mundial — 2,33 bilhões de pessoas — estava moderada ou gravemente inseguras em termos alimentares, o que significa que as pessoas não tinham acesso regular a alimentos adequados.
Essas estimativas incluem 10,7% da população — 864 milhões de pessoas — que estavam gravemente inseguras em termos alimentares.
O relatório também mostra que a prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave permaneceu praticamente inalterada na África, Ásia e América do Norte e Europa de 2022 a 2023, e piorou na Oceania. Em contraste, houve progresso na América Latina.
Aqui no Brasil, segundo a ONU, a fome atingiu 8,4 milhões (3,9%) de pessoas em 2023, menos que os 10,1 milhões de pessoas registrados no triênio 2020-2022, quando 4,7% dos habitantes brasileiros estavam nessa condição.
Ainda segundo o relatório, em 2023, 14,3 milhões estavam em insegurança alimentar grave — quando uma pessoa fica sem comida e, no pior dos casos, fica sem comida por mais de um dia — e 39,7 milhões (18,4% da população) em insegurança alimentar moderada ou severa, um nível de gravidade da insegurança alimentar em que as pessoas enfrentam incertezas sobre sua capacidade de obter alimentos e foram forçadas a reduzir, às vezes durante o ano, a qualidade e/ou quantidade de alimentos que consomem devido à falta de dinheiro ou outros recursos.
Esses números são melhores do que os registrados no último Mapa da Fome, divulgado ano passado, com dados do período entre 2020 e 2022. Na ocasião, 32,8% da população (cerca de 70,3 milhões) estava em insegurança alimentar moderada ou grave. Ainda assim, o Brasil continua no Mapa da Fome, de onde tinha saído em 2014, e voltou em 2019.