{"id":1071,"date":"2019-02-14T11:58:44","date_gmt":"2019-02-14T14:58:44","guid":{"rendered":"https:\/\/buiquefm.com.br\/?p=1071"},"modified":"2019-02-14T11:58:47","modified_gmt":"2019-02-14T14:58:47","slug":"investigacoes-sobre-caso-marielle-completam-11-meses-sem-conclusao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/buiquefm.com.br\/investigacoes-sobre-caso-marielle-completam-11-meses-sem-conclusao\/","title":{"rendered":"Investiga\u00e7\u00f5es sobre caso Marielle completam 11 meses sem conclus\u00e3o"},"content":{"rendered":"\n
As investiga\u00e7\u00f5es sobre o assassinato da vereadora Marielle Francisco da Silva, Marielle Franco, e o motorista Anderson Pedro Gomes completam nesta quinta-feira (14) 11 meses sem conclus\u00e3o. Eles foram mortos a tiros no centro do Rio de Janeiro ap\u00f3s um evento pol\u00edtico. Onze meses depois, a autoria do crime ainda \u00e9 incerta.<\/p>\n\n\n\n
\u201cO assassinato de uma defensora dos direitos humanos n\u00e3o \u00e9 apenas o assassinato de uma pessoa, \u00e9 um ataque aos direitos como um todo\u201d, diz Renata Neder, coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional Brasil.<\/p>\n\n\n\n
As investiga\u00e7\u00f5es s\u00e3o resguardadas por sigilo. N\u00e3o faltam hip\u00f3teses para o crime. O mais prov\u00e1vel, segundo investigadores e autoridades que acompanham o assunto, \u00e9 que o crime tenha sido cometido por milicianos.<\/p>\n\n\n\n
No Rio, os milicianos, grupos paramilitares, s\u00e3o conhecidos por controlar, ilegalmente e de forma armada, territ\u00f3rios mais pobres do estado. O ent\u00e3o secret\u00e1rio estadual de Seguran\u00e7a P\u00fablica, general Richard Nunes, disse \u00e0 Ag\u00eancia Brasil, em setembro de 2018, que h\u00e1 ind\u00edcios que a execu\u00e7\u00e3o foi cometida por criminosos experientes que sabiam como dissimular as evid\u00eancias.<\/p>\n\n\n\n
Em dezembro de 2018, o chefe do Departamento de Homic\u00eddios da Pol\u00edcia Civil do Rio, Giniton Alves, disse \u00e0 Ag\u00eancia Brasil que \u201co absoluto sigilo das apura\u00e7\u00f5es realizadas\u201d \u00e9 a \u201cmaior garantia para o alcance dos autores e mandantes dos crimes investigados\u201d.<\/p>\n\n\n\n
Tamb\u00e9m no ano passado, o ent\u00e3o ministro da Seguran\u00e7a P\u00fablica, Raul Jungmann, anunciou que a Pol\u00edcia Federal apuraria se agentes do Estado estariam interferindo nas investiga\u00e7\u00f5es da Pol\u00edcia Civil. Ele disse que havia ind\u00edcios relevantes de pr\u00e1ticas de corrup\u00e7\u00e3o, ocultamento e compra de agentes p\u00fablicos para impedir a descoberta dos mandantes do crime.<\/p>\n\n\n\n
Em nota, o Comando Militar do Leste informou que as investiga\u00e7\u00f5es est\u00e3o com a Secretaria Estadual da Pol\u00edcia Civil. Por sua vez, a Pol\u00edcia Civil disse, tamb\u00e9m em comunicado, que as investiga\u00e7\u00f5es sobre o caso Marielle est\u00e3o sob sigilo. A Pol\u00edcia Federal afirmou que n\u00e3o comenta.<\/p>\n\n\n\n
Est\u00e1 na mem\u00f3ria o que ocorreu no Rio de Janeiro, \u00e0s 21h, do dia 14 de mar\u00e7o de 2018, quando a vereadora desce as escadas do n\u00famero 122 da Rua dos Inv\u00e1lidos, na Lapa, onde funciona a organiza\u00e7\u00e3o n\u00e3o governamental Casa das Pretas. Momentos antes, a parlamentar havia sido aplaudida por ativistas dos direitos das mulheres negras, durante uma mesa-redonda.<\/p>\n\n\n\n
Em um discurso que destacou a import\u00e2ncia de se combater a viol\u00eancia, em especial contra as mulheres negras, sua \u00faltima fala ressaltava a liberdade, em uma cita\u00e7\u00e3o da ativista dos direitos civis americana Audre Lorde. \u201cN\u00e3o sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela forem diferentes das minhas\u201d, disse Marielle Franco ao final do evento.<\/p>\n\n\n\n
Ao entrar no carro, um Chevrolet Agile branco, a vereadora n\u00e3o percebeu a movimenta\u00e7\u00e3o daqueles que acabariam com a sua vida dali a instantes. O ve\u00edculo deixa a Rua dos Inv\u00e1lidos e segue em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 casa da vereadora, na Tijuca, na zona norte.<\/p>\n\n\n\n
Em um cruzamento das ruas Joaquim Palhares, Est\u00e1cio de S\u00e1 e Jo\u00e3o Paulo I, pouco mais de um quil\u00f4metro distante de sua casa, um carro emparelhou com seu Chevrolet Agile e v\u00e1rios tiros foram disparados contra o banco de tr\u00e1s, justamente onde se sentava Marielle. Treze atingiram o carro.<\/p>\n\n\n\n
Quatro disparos atingiram a cabe\u00e7a da parlamentar. Apesar dos tiros terem sido disparados contra o vidro traseiro, tr\u00eas deles, por causa da trajet\u00f3ria dos proj\u00e9teis, chegaram at\u00e9 a frente do carro e perfuraram as costas do motorista Anderson Gomes. Os dois morreram ainda no local.<\/p>\n\n\n\n
\u201cS\u00f3 quem perde um filho sabe o tanto que faz falta. Marielle sempre foi uma filha muito boa, Marielle ficou quase cinco anos como filha \u00fanica, at\u00e9 a Anielle nascer. Ent\u00e3o \u00e9 uma falta muito grande\u201d, desabafou Marinete da Silva, m\u00e3e de Marielle.<\/p>\n\n\n\n
A \u00fanica sobrevivente foi uma assessora de Marielle. O carro, ou os carros usados no crime, pois h\u00e1 suspeitas de dois ve\u00edculos, deixaram o local, sem que os autores do homic\u00eddio pudessem ser identificados: as c\u00e2meras de tr\u00e2nsito que existem na regi\u00e3o estavam desligadas.<\/p>\n\n\n\n
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